O setor de Oil & Gas é sempre confrontado por um problema que se tornou uma urgência mundial: as mudanças climáticas. Isso ocorre porque a queima de combustíveis é uma das principais responsáveis pelos gases que causam o efeito estufa e buracos na camada de ozônio.
E a pressão por ações sustentáveis fez com que no último mês de dezembro, na COP 28, cinquenta empresas, responsáveis por 40% da produção mundial de petróleo, assinassem a Carta de Descarbonização do Petróleo e do Gás.
Esta foi uma iniciativa promovida pela presidência da COP28, pelos Emirados Árabes Unidos e pela Arábia Saudita. Entre as empresas temos a brasileira Petrobrás, a estadunidense ExxonMobil e a árabe Aramco.
Nela, os signatários se comprometeram a realizar “operações neutras em termos de carbono” até 2050, acabar com a queima de gás até 2030 e a reduzir as emissões de metano para quase zero.
Essas operações neutras envolvem o que é conhecido como “descarbonização”, que engloba principalmente a área de Oil & Gas, mas também pode ser aplicada em qualquer setor da indústria.
E hoje explicaremos um pouco mais sobre este processo e como ele pode ser importantíssimo para toda e qualquer empresa.
O que é o processo de descarbonização?
Em resumo, descarbonizar significa diminuir a emissão de gases oriundos de combustíveis fósseis no meio ambiente, ao longo do tempo. Os melhores exemplos destes combustíveis são o carvão e o petróleo, usados em larga escala por diversos setores.
O motivo é que a temperatura do planeta é afetada diretamente por esses gases que, ao serem lançados, são os responsáveis pelos buracos na camada de ozônio, assim como da alteração na composição do ar.
Ou seja, esse gás carbônico lançado em grande escala é um dos principais causadores do efeito estufa e, consequentemente, pelas mudanças no aquecimento global.
Esse processo de descarbonização pode se dar de algumas formas, como:
- Transição energética– refere-seprincipalmente no investimento em energias renováveis, desenvolvimento de produtos de baixo carbono, eletrificação de processos e no aumento do consumo consciente;
- Práticas agroflorestais – refere-se à implementação das agroflorestas, que combinam a produção agrícola à conservação florestal. A explicação é óbvia: as árvores “sequestram o carbono” da atmosfera e “evapotranspiram”, fazendo com que a água caia na natureza na forma de chuva e nutra o solo. Além disso, cada árvore pode, por ano, sequestrar até 20 kg de carbono por ano, tornando uma forma não apenas eficiente, mas ecológica de descarbonização;
- Captura e armazenamento de carbono – também conhecido pela sigla “CSS” é uma tecnologia que tem como objetivo diminuir as emissões de dióxido de carbono na atmosfera.
Hoje, uma das tecnologias que mais chama atenção das empresas do setor de Oil & Gas é justamente essa de captura e armazenamento de carbono, sobre a qual falaremos mais a seguir.
Como funciona a captura e armazenamento de carbono?
Este processo visa evitar que grande parte de gás carbônico seja liberado na atmosfera. E esse gás capturado é armazenado em formações geológicas. Ou seja, um conjunto de rochas ou minerais que tem características próprias em relação à sua composição, idade, origem ou outras propriedades similares. Essas formações evitam que estes gases sejam lançados na atmosfera, prejudicando a camada de ozônio.
O processo conta com três etapas, são elas:
1 – Captura de carbono
Primeiramente temos o processo de captura de carbono, que pode ser feito de três formas diferentes:
- Pré-combustão – neste, os sistemas convertem combustível sólido, líquido ou gasoso em uma mistura de hidrogênio e gás carbônico. E isso é feito a partir de processos como “gaseificação” ou “reforma”. Nessa reação, o hidrogênio pode ser usado como gerador de calor ou energia livre de dióxido de carbono;
- Pós-combustão – envolve capturar o gás carbônico da exaustão de um sistema de combustão e absorvê-lo em um solvente. Tudo antes de remover e comprimir os elementos poluentes. Outras opções para separar o dióxido de carbono podem ser: separá-lo usando filtração por membrana de alta pressão ou por processos de separação criogênica;
- Combustão de oxi-combustível – este consiste na queima de um combustível com o oxigênio no lugar do ar. O processo é para que o gás resultante seja constituído de vapor de água e gás carbônico. Apesar desse processo facilitar a captura de CO₂ devido à sua maior concentração, ele requer a separação prévia de oxigênio do restante do ar.
2 – Transporte
Estes processos de captura são fundamentais, pois graças a eles que é possível que o dióxido de carbono seja comprimido e transportado por meio de dutos (que usam a mesma tecnologia daqueles que transportam gás natural), navios, caminhões, entre outros meios.
3 – Armazenamento
Este aqui é um dos casos mais polêmicos, pela forma como é feito, rendendo críticas por parte de ambientalistas.
Isso porque, após transportado, o gás carbônico é armazenado em formações geológicas selecionadas, que ficam localizadas a vários quilômetros abaixo da superfície da Terra.
Entre as opções de armazenamento, temos:
- Aquíferos profundos;
- Cavernas ou domos de sal;
- Reservatórios de gás ou óleo
- Camadas de carvão.
A explicação é que, por serem encontradas em locais profundos, essas formações geológicas armazenam o dióxido de carbono bem longe da atmosfera, diminuindo os impactos de suas emissões.
Só que a escolha por reservatórios naturais é justamente o motivo da crítica por parte de ambientalistas, pois questionam os possíveis danos ao meio ambiente que podem ser causados por vazamento de gás carbônico dos locais de armazenamento, caso eles não sejam selecionados, gerenciados e monitorados adequadamente.
Contudo, estudos conduzidos pela DTU Environment mostraram que ainda que possa até mesmo ter alguns riscos de vazamento, o ganho para o meio ambiente é considerável. Além disso, há a possibilidade de uso do CO₂ capturado para produzir, por exemplo, produtos químicos e combustíveis como metanol, trazendo mais ganhos climáticos.
A importância da descarbonização para empresas e indústria
Pensando pelo propósito mais óbvio, ao investir na descarbonização, a empresa está trabalhando em prol da sustentabilidade e da preservação do meio ambiente, o que no fim é algo do qual ela própria depende.
Só que os benefícios não são apenas esses, mas o faturamento das empresas também pode ser afetado positivamente por atitudes como essa. Os motivos são:
- Redução de gastos com energia, já que haverá um menor desperdício de recursos;
- Para as empresas, estar atrelada às práticas ASG (Ambiental, Social e Governança) é um ganho tanto para o valor quanto para posicionamento de marca porque se tornou uma maneira de se colocar no mercado, de forma consciente e verde;
- Organizações alinhadas ao propósito sustentável, em diversas partes do mundo, podem receber incentivos fiscais e isenção de impostos.
Considerações finais
Hoje, não é possível ignorar a questão climática, seja por motivos financeiros ou pela pressão de governos e opinião pública. Por isso, muitas empresas do setor de Oil & Gas investem em tecnologias sustentáveis, como fontes de energia limpa ou mesmo a descarbonização.
Aqui na Blank IT, atuando junto a uma grande empresa do setor de Oil & Gas, também trabalhamos neste processo, especialmente pelo nosso trabalho na manutenção de dutos.
Só que nossa atuação vai mais além, pois também trabalhamos na parte operacional de alternativas energéticas ao fazer o suporte a gestão e rotinas da usina de biodiesel, além do suporte a gestão e rotinas administrativas biocombustível.
Junto a isso, também fazemos comercialização e logística de biodiesel e enxofre, além da parte estratégica, entre muitas outras coisas mais.
Estes são apenas alguns exemplos da nossa atuação no setor que mostram um pouco de nossa expertise na área.
Precisa de uma equipe qualificada e pronta para atender a todas as suas necessidades no setor de Oil & Gas? Entre em contato com a Blank IT e saiba tudo que podemos fazer pelo seu negócio.